MED às 4as | 19 novembro
No dia 19 de novembro, pelas 14h, realiza-se mais uma sessão do “MED às 4as”, as conversas com ciência e café promovidas pelo MED.
Nesta sessão as oradoras convidadas serão:
- Anabela Belo, investigadora integrada do MED (Grupo Ecologia e Biogeografia) e docente do Departamento de Biologia da UÉ, que apresentará resultados de um projeto exploratório financiado pelo MED e que explora o potencial da planta Chrozophora tinctoria (tornassol-dos-tintureiros) enquanto cultura adaptada às condições do Alentejo, valorizando os seus múltiplos usos, desde os corantes naturais até aplicações na área da saúde.
- Dalila Serpa, investigadora recentemente integrada no MED, que partilhará resultados da sua investigação sobre medidas de mitigação da erosão após incêndio, destacando a importância da implementação de estratégias para reduzir a erosão e proteger os ecossistemas aquáticos em contextos de alterações climáticas.
Junte-se a nós na Sala de Conferências do Polo da Mitra, na Universidade de Évora ou online (Link de acesso AQUI).
Tornassol: Múltiplas Perspetivas em Breves Narrativas
Oradora: Anabela Belo
A procura de culturas agrícolas que possam ser realizadas nas condições esperadas para o Alentejo em resultado das alterações climáticas, ou seja, culturas pouco exigentes em água e com valoração de mercado potencialmente elevada, deve fazer parte das soluções para manter os agricultores neste território. Chrozophora tinctoria, o tornassol-dos-tintureiros, pode ser uma dessas culturas. Planta silvestre, nativa do mediterrâneo, já foi cultivada para extração de um muito valorizado corante utilizado nas iluminuras medievais antes do aparecimento dos corantes sintéticos. Porque os tempos mudam, e com eles a vontade, assistimos atualmente a um renovado interesse nos corantes naturais para diminuir a grave poluição causada pelos corantes sintéticos usados na indústria têxtil. Mas o tornassol, apesar de ainda pouco estudado, tem-se revelado uma planta com múltiplos usos potenciais (como corante alimentar; cicatrizante, hepatoprotetor, …) e justifica o investimento no seu estudo em maior profundidade com a ajuda das ferramentas e tecnologias hoje existentes.
Medidas de mitigação da erosão após incêndio: Eficácia na redução do risco de contaminação da água por metais
Orador: Dalila Serpa
Os incêndios florestais constituem uma importante fonte de contaminação difusa para os ecossistemas aquáticos. Em áreas ardidas, as cinzas e sedimentos transportados por escoamento superficial mobilizam contaminantes, como os metais, representando um risco para os ecossistemas aquáticos e para a saúde humana. A implementação atempada de medidas de mitigação da erosão após o fogo é por isso crucial para reduzir o risco de contaminação das águas superficiais. O objectivo deste trabalho, foi avaliar a eficácia da aplicação de dois tratamentos, resíduos florestais (mulching) e um micotecnossolo, na mitigação da erosão do solo e no transporte associado de metais. Tendo em conta que os cenários de alterações climáticas mais recentes prevêm um aumento da severidade e da frequência dos incêndios, os resultados deste estudo podem apoiar os gestores dos recursos hídricos na definição de estratégias que contribuam para a proteção das massas de água em áreas com maior risco de erosão.